sábado, 20 de setembro de 2014

Redação- Dicas Importantes V.


Dissertação - Dicas Importantes V.

13) Evite a argumentação generalizadora e baseada no senso comum.







Para sustentar uma opinião, você deve, como já vimos, apresentar argumentos sólidos, racionais e convincentes. Por isso, fique longe da argumentação sem embasamento, fruto de puro “achismo”, respaldada somente no senso comum (conjunto de opiniões mantido por tradição entre a maioria das pessoas, que o aceitam a crítica e passivamente).
É própria do senso comum, por exemplo, a generalização equivocada, que é a atribuição de uma característica a toda uma classe a partir de pequeno exemplário (diferentemente do que se faz por meio do método indutivo de raciocínio, que é baseado em argumentação coerente). Cuidado ao escrever “todos”, “nenhum”, “sempre” e “nunca”! Será que realmente são todos? Nenhum mesmo? Sempre, sem exceção? Nunca, nem uma vez? Evite afirmações como esta:

Será muito difícil reverter a atual situação na política do Brasil, uma vez que os políticos só pensam em roubar e em atender a seus próprios interesses.
Ora. Nós sabemos que nem todos os políticos só pensam em roubar. Não é? É... Bom, seria melhor trocar “os políticos” por alguns políticos.

14) Não seja radical.

Você já deve estar cansado de ouvir o seu professor dizer que o equilíbrio é importante na dissertação. Então, deve saber que opiniões radicais são evitáveis na redação (aliás, não só na redação... na vida!). Confira o pessimismo deste aluno:
Como se pode notar, o Brasil não tem mais chance de retroceder. Já está tudo acabado, e só nos resta esperar a destruição total.
Certamente os corretores da prova que abrigava esse trecho não se sentiram nada esperançosos. Haja Prozac...

15) Cuidado com palavras duvidosas.

Só utilize palavras de cujo sentido você tenha a absoluta certeza! Se escolher uma palavra com a qual não esteja acostumado – que não conheça muito bem –, você corre o risco de expressar uma idéia bem diferente da desejada, como fez o autor deste trecho:
Para despertar a atenção do mundo a esse problema, a Conferência Internacional de Durban, na África do Sul, apresentou-se reivindicando, além dos fatores já citados, a falta da mobilização social. Muitas pessoas - inclusive algumas que acreditam viver em um país onde não há racismo - ainda se mantêm paralisadas em relação à discriminação racial.
A Conferência Internacional sobre Racismo, em Durban, obviamente não “reivindicou” a falta de mobilização social. Muito pelo contrário, seus integrantes criticaram-na. “Reivindicar” significa “pedir”, “exigir”, “solicitar”.

Redação- Dicas Importantes IV.

Dissertação - Dicas Importantes IV

9) Não use a sua religião como argumento.


Algumas pessoas incorrem na falha de, numa dissertação objetiva, utilizar argumentos religiosos a fim de comprovar a tese. Lembre-se: informações e/ou argumentos bíblicos devem ser utilizados no âmbito religioso. Numa redação objetiva de vestibular, busque outros recursos. Veja um exemplo de argumentação religiosa utilizada em redação de vestibular:
É difícil compreender como uma pessoa  pode ser favorável ao aborto. As Sagradas Escrituras prevêem sérias punições aos que ousam ceifar a vida humana, tarefa que cabe exclusivamente a Deus, nosso Criador.

10) Fuja das palavras muito “fortes”.

Equilíbrio: característica fundamental da dissertação. Não deixe que, na sua dissertação, surjam palavras exageradamente expressivas. Você pode manifestar uma opinião favorável ou contrária a determinado assunto por meio de palavras menos emotivas. Veja como, no trecho abaixo, o aluno-escritor “forçou” na expressividade:

É interessante, porém, que, mais que não olhar para as conseqüências, os responsáveis se deixem levar pela sua falsa segurança (o dinheiro) e continuem com sua conduta, imperceptível aos próprios, putrefata em relação à humanidade.
Ele poderia empregar as palavras “negativa” ou “injusta”, que seriam mais “calmas”...

11) Evite gírias, termos coloquiais e estrangeirismos não-incorporados ao português.

Toda comissão avaliadora de redações levará em consideração se o aluno se adaptou à modalidade escrita de texto, que, por natureza, é mais formal que a falada. Por isso, não são bem-vindas expressões coloquiais demais (típicas da linguagem do bate-papo), como gírias e palavrões. É bom lembrar, porém, que, se você escrever uma carta a um estudante de Ensino Médio, por exemplo, a utilização de um ou outro termo coloquial – próprio do universo lingüístico do interlocutor – não constituirá problema (desde que não haja exagero, obviamente). Quanto a palavras e expressões estrangeiras, só as utilize se houver necessidade e, de preferência, se forem comuns ao leitor em geral ou ao leitor específico, caso se escreva uma carta. 

Veja um exemplo do que não se deve fazer:
O Governo defende a privatização, considerando-a como a salvação de uma sociedade em crise. Mas na verdade tudo isso é bobeira. Os caras querem, na verdade, torrar todo o dinheiro que a venda das estatais vai gerar e deixar o povo, como sempre, out.        
O trecho ficaria bem melhor assim:
O Governo defende a privatização, considerando-a como a salvação de uma sociedade em crise. Mas na verdade a maioria dos argumentos não procede. Alguns políticos querem, na verdade, gastar todo o dinheiro que a venda das estatais vai gerar e deixar o povo, como sempre, desamparado.     

12) Linguagem rebuscada também é evitável.

Assim como o coloquialismo é evitável na modalidade escrita de texto, os preciosismos e a linguagem muito “enfeitada” não devem ser utilizados. Não utilize a redação para demonstrar ao corretor que tenha decorado algumas palavras “difíceis”, como se isso comprovasse a sua habilidade textual. A sua linguagem deve ser simples, clara e adequada às regras da norma culta do português. Não escreva um texto como este:
O Governo, por meio de sua Carta Magna, já tornou perfunctórios os processos de privatização, como se o exício do fulgor estatal na economia não obstasse ao desenvolvimento.
Um como este ficaria melhor:
O Governo, por meio de sua Constituição, já tornou comuns os processos de privatização, como se a queda da influência estatal na economia não obstasse ao desenvolvimento.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Dicas para uma boa redação.






Capriche na redação.



Embromação: esse  vício  pode destruir  um texto! Na tentativa  de escrever  bem, alguns redatores cometem  pecadinhos: frases excessivamente longas, falta de clareza, referências desnecessárias e  aquelas  desagradáveis  expressões conhecidas como lugares-comuns. Tudo  isso  em  busca de “escrever  bonito”. Quer escrever bem de verdade? Siga as nossas pistas.

1. Evite o  lugar-comum.
É o  tipo de expressão  que empobrece o  texto e  pode ser  mal visto  pelo  avaliador  em  um concurso.  São expressões desgastadas pelo uso ou tão  imprecisas que até dificultam o  entendimento  do  leitor. Geralmente,  demonstram  falta de  vocabulário  do  redator. Vejamos  alguns exemplos:
O trabalhador realizou  a  tarefa duras penas. (com dificuldade)
Seu segredo será  guardado a sete chaves.  (bem guardado)
Os  pedreiros fizeram  a obra a toque de caixa. (com rapidez)
Os amigos estavam  brigados, mas acertaram  os ponteiros. (fizeram  as pazes)
Os empresários chegaram a um denominador comum. (fizeram  um acordo)
A polícia apreendeu armas de grosso calibre. (Que armas? Fuzis? Canhões?  Bazucas?)

2. Cuidado  com os pleonasmos.
Pleonasmo é  a  figura  de linguagem caracterizada pela repetição desnecessária de  uma ideia. Observe:
Acabamento  final. Por acaso  existe o  acabamento feito  no   início?
Amigo pessoal.  Existe amigo impessoal?
Sorriso nos  lábios. A menos que  você esteja escrevendo  um texto  literário –  o que lhe permite certa licença  poética  -  evite a expressão.
Países no mundo -   E os países poderiam estar em algum outro lugar?
Surpresa inesperada -  Veja só que redundância!  Surpresa é  exatamente aquilo  que  não  se espera.
Criação de novos  cargos –  Seria possível criar cargos  velhos?

3. Seja conciso.
Como   já escrevemos em outro  texto,  “a concisão  é uma virtude, facilita a vida do leitor e torna o  texto mais elegante. Quando o  período é extenso demais, o leitor pode se confundir e não conseguir perceber qual é a ideia apresentada.”
Vimos  por meio desta comunicar que… –  Substitua por ” Comunicamos que…”
Solicitamos  efetuar o pagamento das parcelas … –  “Solicitamos o  pagamento das parcelas…”
Chegamos à conclusão de que… -  “Concluímos que…”
A polícia conduz a  investigação a respeito – “A polícia investiga…”

4. Fuja do  gerundismo.
gerundismo  é  o nome dado  a uma construção  que não se justifica em  língua portuguesa: a locução  verbal  com  três verbos.  Nesse vício  de  linguagem, temos frases como  “Senhora,  nós  vamos estar enviando”, “Eu vou  estar  fazendo”, em  lugar de  “Senhora,  nós enviaremos” e  “Eu farei”.
Fonte: conversadeportugues.com.br