quarta-feira, 30 de março de 2016

Às vezes ou as vezes

Às vezes ou as vezes

As duas formas estão corretas e existem na língua portuguesa. Porém, seus significados são diferentes e devem ser usadas em situações diferentes. Às vezes, com acento indicador de crase, é uma expressão sinônima de: de vez em quando. As vezes, sem acento indicador de crase, é simplesmente a junção do artigo definido plural as com o substantivo feminino plural vezes, sendo sinônima de: as ocasiões.
Exemplos:
  • Não sou vegetariana, mas só como carne às vezes. (de vez em quando)
  • Todas as vezes que as encontro elas estão com um corte diferente! (as ocasiões) 
Às vezes, com acento grave, é uma locução adverbial de tempo, indicando algo que acontece apenas em algumas ocasiões. É sinônimo de: de vez em quando, ocasionalmente, de quando em quando e por vezes.
Exemplos:
  • Às vezes, é preciso parar e respirar fundo.
  • Às vezes cozinha a mãe, às vezes cozinha o pai e às vezes cozinham os dois.
  • Às vezes você fala muito alto, mesmo quando não deve.
As vezes, sendo a junção do artigo definido plural as com o substantivo feminino plural vezes, é uma expressão sinônima de: as ocasiões, os momentos e as ocorrências.
Exemplos:
  • Todas as vezes que vou à praia, bebo uma água de coco.
  • Fiquei ansioso em todas as vezes que esperei por você no aeroporto.
  • Foram raras as vezes em que fiquei decepcionada com meus amigos.

Fique sabendo mais!
Há crase:
  • Em diversas expressões adverbiais: às vezes, à vista, à toa, à noite, à direita, à deriva, às avessas, à parte, à luz, …
  • Em diversas locuções prepositivas: à exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à moda de, à maneira de,...
  • Em diversas locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que,…

As duas formas estão corretas e existem na língua portuguesa. Contudo seus significados são distintos. Veja:
  • Às vezes é uma locução adverbial de tempo, formada com uma palavra feminina (vezes), e significa ocasionalmentepor vezes. A crase é obrigatória nas locuções adverbiais compostas por palavras femininas. Por isso, o as recebe acento grave.  Exemplo:
Tenho tonturas às vezes.
  • Em as vezes, temos apenas artigo definido (as) e substantivo feminino no plural (vezes), que pode significar:
– Momento indeterminado:
Foram raras as vezes em que eu não o visitei.
– Momento reservado para alguém executar uma ação:
Em todas as vezes, você se esqueceu de fechar o portão.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Em domicílio ou a domicílio?


Existe muita polêmica acerca da forma correta da expressão. Contudo, as duas expressões estão corretas, existindo no português. Segundo uma perspectiva normativa da gramática, a preposição a deverá ser utilizada com verbos dinâmicos que transmitem uma noção de movimento e a preposição em deverá ser utilizada com verbos estáticos, que não transmitem uma noção de movimento. Segundo uma perspectiva mais dinâmica da língua, a expressão a domicílio é a mais usada pelos falantes, sendo a mais correta também na norma padrão do português europeu. 

Das várias expressões existentes, as expressões entrega a domicílio e entrega em domicílio são as mais debatidas pelos estudiosos da língua sobre a correta preposição a ser utilizada. Os seguidores da gramática normativa defendem que o correto é entrega em domicílio, visto se tratar de um verbo estático e por paralelismo estabelecido com a expressão entrega em casa.

Assim, segundo a gramática normativa, privilegia-se o uso da preposição a com verbos que indicam movimento, como: enviar, levar, ir, conduzir, trazer, dirigir-se, entre outros. Tal como se privilegia o uso da preposição em com verbos que não indicam movimento, como: entregar, dar, cortar, fazer, entre outros.

Exemplos:
Vamos entregar em domicílio. (verbo estático)
Atendemos os clientes em domicílio. (verbo estático)
Damos aulas particulares em domicílio. (verbo estático)
Levamos a encomenda a domicílio. (verbo dinâmico)
Vamos a domicílio realizar os orçamentos. (verbo dinâmico)
Contudo, esta perspectiva é contraposta por gramáticos que defendem a expressão entrega a domicílio, visto o verbo entregar possuir um sentido dinâmico e não um sentido estático e a preposição a também assumir o sentido de em, além de ser a expressão privilegiada pelo uso.

Exemplo:
Vamos entregar a domicílio

quarta-feira, 9 de março de 2016

100 livros essenciais da literatura brasileira


Livros







Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? 

Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? Dom CasmurroBrás CubasMacunaíma, Sargento de MilíciasGrande Sertão Veredas e outras grandes obras do Brasil. A revista Bravo selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto ou siga as dicas de 17 educadoras que selecionaram os livros essenciais para ler dos 2 aos 18 anos e chegar a vida adulta com boas referências, no hotsite Biblioteca Básica.

1808Especial Dicas de Livros 
Centenas de dicas de todos os gêneros literários, para você e sua família!

Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.

Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.

É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.

Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista BRAVO!, na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.

O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir. A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!

Adélia Prado: Bagagem 

Aluísio Azevedo: O Cortiço

Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos
                                       Noite na Taverna 
Antonio Callado: Quarup 

Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda 
Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino

Augusto de Campos: Viva Vaia 
Augusto dos Anjos: Eu 

Autran Dourado: Ópera dos Mortos

Basílio da Gama: O Uraguai

Bernando Élis: O Tronco

Bernando Guimarães: A Escrava Isaura

Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados 
Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
                                                           Claro Enigma

Castro Alves: Os Escravos
                          Espumas Flutuantes

Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
                                Mar Absoluto

Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.
                                  Laços de Família

Cruz e Souza: Broquéis 

Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba

Dias Gomes: O Pagador de Promessas 
Dyonélio Machado: Os Ratos 
Erico Verissimo: O Tempo e o Vento

Euclides da Cunha: Os Sertões 
Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?

Fernando Sabino: O Encontro Marcado 

Ferreira Gullar: Poema Sujo

Gonçalves Dias: I-Juca Pirama 
Graça Aranha: Canaã

Graciliano Ramos: Vidas Secas
                                   São Bernardo

Gregório de Matos: Obra Poética

Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
                                 Sagarana

Haroldo de Campos: Galáxias 

Hilda Hilst: A Obscena Senhora D

Ignágio de Loyola Brandão: Zero

João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço

João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina

João do Rio:A Alma Encantadora das Ruas

João Gilberto Noll: Harmada 
João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos

João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha

Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
                           Terras do Sem Fim

Jorge de Lima: Invenção de Orfeu 
José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen

José de Alencar: O Guarani
                                 Lucíola

José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto

José Lins do Rego: Fogo Morto

Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada 
Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé

Luiz Vilela: Tremor de Terra

Lygia Fagundes Telles: As Meninas
                                          Seminário dos Ratos

Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas
                                     Dom Casmurro

Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias 
Manuel Bandeira: Libertinagem
                                  Estrela da Manhã 
Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre 
Mário de Andrade: Macunaíma;
                                   Paulicéia Desvairada 
Mário Faustino: o Homem e Sua Hora

Mário Quintana: Nova Antologia Poética

Marques Rebelo: A Estrela Sobe 
Menotti Del Picchia: Juca Mulato

Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo

Murilo Mendes: As Metamorfoses

Murilo Rubião: O Ex-Mágico

Nelson Rodrigues:  Vestido de Noiva
                                   A Vida Como Ela É

Olavo Bilac: Poesias 
Osman Lins: Avalovara 
Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande
                                       Memórias Sentimentais de João Miramar 
Otto Lara Resende: O Braço Direito 
Padre Antônio Vieira: Sermões 
Paulo Leminski: Catatau 
Pedro Nava: Baú de Ossos

Plínio Marcos: Navalha de Carne

Rachel de Queiroz: O Quinze

Raduan Nassar: Lavoura Arcaica
                               Um Copo de Cólera

Raul Pompéia: O Ateneu 
Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas

Rubem Fonseca: A Coleira do Cão

Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson 
Stanislaw Ponte Preta: Febeapá 

Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu
                                                Cartas Chilenas

Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética

Visconde de Taunay: Inocência

Fonte: educarparacrescer.